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Archive for the ‘Praia’ Category

Fotos Anamaria Rossi

Mochileiro é assim: não desiste nunca!

Teca se foi – mas Angélica, Chiquinho e Tomás estavam me esperando na Costa Brava, o magnífico trecho de litoral entre Barcelona e o sul da França. E lá fui eu. De trem, com uma mochilinha nas costas e uma mala de rodinhas, claro.

A primeira coisa que Angélica me aprontou foi me fazer subir a montanha. Tá certo, era uma montanhazinha de nada, que eu só subi mancando por causa da lombalgia pós-Vespa. E valeu a pena!

Llançà é um antigo porto de pescadores dotado de uma infinidade de calas (pequenas enseadas no pé de altas pedreiras). Nas calas ou mesmo nas praias, areia é o que não há. Estende-se a esteira sobre pedriscos cor de chumbo e usa-se uma sapatilha com solado de borracha para entrar na água sem furar os pés.

Mas o que falta em areia sobra em lindeza de recortes, com água cristalina em vários tons de azul. E se os pedriscos não são nada convidativos, a cidade e o porto recebem muito bem os forasteiros, com pracinhas e recantos para o desfrute amplo e geral.

Echar una siesta deitada no banco da praça ou instalado na jangada-escultura, como fez Tomás, é tão natural quanto sair pela praia de calçola florida ou maiô listrado.

Mas o melhor de tudo é caminhar no fim da tarde pelo porto de Llançà, vendo chegar os barcos de pesca e apreciando os casais maduros que saem para passear em pequenas embarcações familiares.

Se eu vivesse em Llançà, minha casa seria um barco.

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Fotos Anamaria Rossi

Cinco cenas de verão. Cinco instantâneos feitos de palavras. Cinco postais reunidos em uma Carta de Barcelona.

Que você pode ler aqui ou lá no Blog do Noblat.

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(clique para ampliar)

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Eis a Carta de Barcelona de hoje, em versão ilustrada.

A versão, digamos, enxuta, você pode ler aqui ou no Blog do Noblat.

Foto Ceci Gervaso

Se existe uma coisa que eu nunca tinha experimentado em meus 41 anos de Brasil é a existência de quatro estações em um ano.

Cheguei aqui no auge do verão passado e a cidade era uma sauna a vapor. 36 graus durante o dia, e não melhorava muito na madrugada.

A luz do sol entrava pela noite, as ruas fervilhavam de gente, bandas de música passavam sob a minha janela às onze da manhã, tudo acontecia ao mesmo tempo e a cidade era uma festa permanente.

Fotos Anamaria Rossi

Percebi a chegada do outono já em meados de outubro: árvores começando a ficar nuas; folhas secas inundando as calçadas; um sol mais preguiçoso, que chegava mais tarde e saía mais cedo; a vizinhança se aquietando; o céu e o guarda-roupa empalidecendo.

O inverno veio com tudo em dezembro. Duas semanas antes do Natal, a paisagem mudou. Ainda não era a neve do início de março, mas o gelo invadiu sem piedade os espaços invisíveis de tudo e de todos.

O sol já não chegava à minha morada, só alcançava os três últimos andares do prédio. A penumbra se refletia nos semblantes, hermeticamente fechados como as janelas das casas.

Despidas, as árvores revelaram uma Barcelona que eu não conhecia, com um céu imenso, embora quase sempre cinzento.

Um dia, da varanda do apartamento de uma amiga, olhei para o lado e vi a Sagrada Família inteirinha. “Uai, ela não estava aqui antes”, pensei. Estava sim, atrás do plátano que se recolheu para esperar a primavera.

E a primavera chegou. Cansou de pedir passagem a um inverno atipicamente gélido e longo e resolveu impor-se, soberana.

Veio com um sortimento incrível de cores! Ainda não nas flores, que nem todas estão prontas, mas já nos rostos corados de sol, nas vitrines fosforescentes, no figurino cada vez mais vibrante dos passantes.

Veio e trouxe uma alma novinha em folha para Barcelona. É cada vez maior o número de casais, de todas as formações possíveis, caminhando de mãos dadas pelas ruas.

As praias recomeçam, aos poucos, a ser povoadas. Por gente de todo tipo, com casaco, sem casaco, com roupa, sem roupa, com farofa e sem farofa.

É comum, durante a semana, ver grupos almoçando na areia das praias mais afastadas do centro, a roupa dobrada ao lado enquanto o corpo desenferruja, sem lenço nem documento. Depois de uma horinha, é só tirar o excesso de areia, vestir a meia fina e voltar ao trabalho.

Quem tem mais tempo arrisca um banho de mar, ainda que seja de cuecas. Depois de quatro meses de pele mofando sob casacos pesados e escuros, não há lugar para pudor nas areias de Barcelona.

Eu nunca tinha sentido o cheiro da primavera. É suave, fresco e ligeiramente adocicado, como os morangos da temporada.

É um cheiro de sol secando a roupa na varanda e entrando pelas portas reabertas. Cheiro de criança correndo suada pelo parque, de folhagem brotando, de pressa de viver.

Se no inverno eu contava o tempo em segundos que nunca terminavam, me vejo agora – e a todos em volta – correndo contra o tempo para não perder um só minuto.

Por mais longos que sejam os dias, eles ainda são pequenos para tudo o que não foi feito enquanto estávamos encolhidos debaixo do edredom.

Multiplicam-se os happy hours, agora com as mesas ao ar livre, e os bares são tomados por torcedores de última hora a cada jogo do Barça.

Tudo é motivo de festa. Você pode dormir ouvindo a banda de rock que faz um show na praça lotada e acordar com a missa da Santa Maria del Mar escapando pelos alto-falantes e ocupando o Passeig del Born.

Isso porque a temperatura ainda está na faixa dos 20 graus, muito longe do que se anuncia para julho e agosto! Mas já está todo mundo preparando suas chanclas, tanto que a mais famosa das marcas brasileiras instalou-se coloridíssima ao lado da Plaza Catalunha.

Semana passada fiz a mudança no guarda-roupa: sobem botas e casacos, descem vestidos, regatas e havaianas. Feliz e radiante, mas já com uma pontinha de saudade.

É que, quando o verão chegar, terá se cumprido meu ciclo por aqui, e eu não poderei sentir o cheiro da próxima primavera.

Ainda bem que ela está só começando!

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Foto Anamaria Rossi

Sol, céu aberto e termômetro marcando 20 graus. Inverno? Em Brasília, sim. Em Barcelona, este espetacular conjunto de indicadores tem outra tradução: o inverno acabou. Ufa!

Quando saímos com nossas havaianas e o lacinho do biquíni aparecendo no decote da camiseta – Tomás foi mais longe e levou a prancha -, as ruas pipocavam de gente. Depois de quatro meses de calças pesadas, meias, botas, pulôveres e casacões, foi um festival de pernas branquelas para ninguém botar defeito.

Que felicidade pisar a areia quente! Tá certo que, ali pelas cinco da tarde, Angélica estava toda encapotada e Chiquinho correu buscar os casacos no carro, porque vento é vento, e este era gelado. Mas quem liga para detalhes?

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Olha quem veio para a festa!

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Fotos Anamaria Rossi

Augusto e Katita incluíram Barcelona no roteiro e me deram a imensa alegria de passar um dia inteirinho batendo perna comigo. Não escaparam da festa catalã, é claro – e ainda levaram o Che!

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Foram os primeiros não-residentes em Barcelona a conhecer meu novo lar, onde fizemos um pit stop básico entre umas cañas aqui, outras ali…

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E como tudo que é bom acaba na praia, meus amigos muy queridos terminaram o dia tomando um caldo no Mediterrâneo!

Venga!

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Foto Pedro Rossi

Para lavar a alma dos resquícios sombrios de Lars Von Trier, nada melhor que as águas do Mediterrâneo. Costa Brava, lá vamos nós!

A praia fica no pueblo de El Masnou, espremida entre um pequeno porto repleto de barcos de passeio e a linha do trem, que por pouco não está dentro d’água.

Foto: Anamaria Rossi


A paisagem não é lá grande coisa, muito menos a areia, mas a água é limpa e não há sinal de farofeiros. Nada contra farofa, principalmente quando estou dentro. Mas num domingo de calor e ressaca faço qualquer coisa para não ouvir zoeira de criança e música latina no último volume.

El Masnou foi perfeita para o primeiro mergulho no Mediterrâneo! Água fria, sossego, gente bonita e civilizada e aquele providencial vendedor de cerveja que vem com a lata geladinha até a sua esteira. Precisa mais?

Foto: Anamaria Rossi

Foto Cecilia Gervaso


Foto: Anamaria Rossi

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