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Archive for the ‘Amigos’ Category

Para renovar o estoque de carinho do filhote e da nora... (por Pedro Rossi)

... fomos tomar umas cañas no café dos argentinos... (por Feder, o camarero)

Tristeza é ver o filho amado partir para muy lejos... (por mim)

Na verdade, as despedidas começaram antes, no niver do Chiquinho... (por mim)

Con mi grande compañero, el guapísimo Pedro Rossi... (por Ines Copf)

Ines, Pedro e Ceci, na casa onde tudo começou... e terminou (por mim)

Com minha querida família barcelonesa, a Padovani-Amaral: Tomás, Angélica e João... só faltou o Chiquinho... (por Ines Copf)

Con las chicas más fuefas do mundo mundial, Patu e Michelly... (por Ines Copf)

A Grande Família posa para o porta-retrato... (por Ines Copf)

Aqui com Ines, a bósnia-grega mais encantadora do pedaço... (por Pedro Rossi)

No derradeiro passeio, os vitrais da igreja Santa Maria del Mar...

... onde agradeci muitíssimo à Virgem de Montserrat por tudo o que a Catalunha me deu nesses 14 meses... (por mim)

E o ponto final, a Plaza Cataluña, onde Barcelona é muito mais Barcelona... (por mim)

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Texto José Rezende Jr. / Foto Anamaria Rossi

Foi assim que chegou na minha caixa postal:

“Quero agradecer as rezas, as novenas, as correntes de oração, os despachos, os dedos cruzados, as energias positivas, as torcidas atéias e agnósticas. Quero agradecer a todos vocês, que me honram com seu tempo, sua atenção, seu carinho. Sem vocês, meus queridos macroleitores, o que seria deste microescritor? Então, faço questão de dizer bem alto: “O JABUTI É NOSSO!!!

Valeu, gente!

José Rezende Jr.”

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Como assim, ganhar o Jabuti concorrendo com Milton Hatoum (A Cidade Ilhada), Moacyr Scliar (Histórias que os jornais não contam), Roberto Damatta (Crônicas da Vida e da Morte)?

Só o Rezende mesmo! Com Eu perguntei pro velho se ele queria morrer (e outras histórias de amor), esse mineirinho simpático e surpreendente arrebatou o maior prêmio da literatura brasileira na categoria Contos e Crônicas.

Que ele é um grande jornalista, eu já sabia há muito tempo. Mas que é um grande escritor, descobri faz alguns meses, quando esbarrei por acaso no site do Rezende, baixei um de seus livros e não consegui mais parar de ler!

O resultado completo da 52a. edição do Prêmio Jabuti está aqui. O nome do Rezende está nesta lista aqui.

E eu estou feliz demais da conta!

Parabéns, Rezende! Que o Jabuti leve suas histórias até os confins desse mundão!

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Na festa de formatura, eu e Jesus, meu primeiro parceiro nas aulas de cozinha, exibimos orgulhosos nossos diplomas

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Pose nada clássica com Loreto, que roubou o lugar de Jesus e foi uma grande parceira

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Fazendo charme ao lado do chef Lluis Rovira, queridíssimo e competentíssimo!

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Lluis abriu os trabalhos com uma bela festa, quitutes mil e, claro, muito Cava

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O segundo turno da festa foi em um bar de tapas em frente à escola

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Alícia tenta captar a borrachera de Paloma e Loreto no bar dos argentinos, terceira parada na ronda comemorativa

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Loreto, com o ar tropical das Canárias, e Alícia, cheia de ginga catalana-andaluza

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Como achamos pouco, las cuatro guapas borrachas partimos para a quarta etapa

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Alícia e sua amiga e parceira de cozinha, a guapísima e querida galega Paloma

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A dupla mais dinâmica do Mundo Mundial: Doñana e Lore, depois dos mojitos finais

E aqui termina a história de um de recomeço – e começa outra, ainda por viver e contar.

Anamaria Rossi, Jornalista e Cozinheira.

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Fotos Anamaria Rossi

Não sei bem como acontece. Chega um momento em que a gente sabe que é hora de voltar para casa. Não importa o que esteja acontecendo ao seu redor. Não importa tudo o que você poderia ter vivido e ainda não deu tempo de viver neste lugar que não é o seu. Se é festa lá fora, seu coração apertado de saudade te obriga a ficar colado na tela do computador em busca de sinais do seu mundo, aquele que é só seu.

Hoje acordei cinzenta como tem andado o céu por aqui. Mas meu coração morno explodiu em alegria quando comecei a assistir a transmissão ao vivo da abertura da Bovespa, comemorando o lançamento da maior operação de mercado do Mundo Mundial – a gigantesca oferta pública de ações da Petrobras do Pré-Sal.

Lá estava um pedaço enooooorme de mim! Do meu coração verde-amarelo, da minha história, dos meus sonhos e esperanças para o meu Brasil Brasileiro. Lá estavam algumas das pessoas mais queridas deste meu coração vagabundo. Amigos com os quais vivi e aprendi e sigo aprendendo muito da vida, da amizade, do amor em todas as suas formas. Lá estava eu, euzinha, inteira, ainda que sem corpo presente.

Nunca antes neste meu ano sabático tive tanta vontade de ter deixado esta viagem para depois. Eu queria estar lá! Sentir a alegria que sinto agora, mas junto com eles – a Mirian, o Alexandre, o Estrella, o  Duque, o Zé Eduardo, o Gabrielli. Morri de orgulho de todos eles, e de muitos mais que acreditam e trabalham duro e dão o melhor de si para que o Brasil seja cada vez mais o nosso Brasil Brasileiro.

Depois de um ano respirando a poeira do Velho Mundo, conversando com as pedras seculares das ruas e das paredes, me indignando com o que há de bolor e me contagiando com o frescor que insiste em renascer da velha História, só o que desejo agora é voltar para casa. Para a minha doce Terra Brasilis. Lá onde bate meu coração a mil badaladas por segundo, onde tudo está por ser feito, criado, inventado e reinventado por nós. Onde a gente é a minha gente.

Bueno, enquanto o dia não chega… vou ali aproveitar um pouquinho da Fiesta de la Mercè, a grande festa anual dos barceloneses. Porque, afinal, a vida é agora!

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Fotos Anamaria Rossi

Funciona assim: você recebe uma lista de ingredientes, com quantidades limitadas, e tem que criar uma receita profissional, com ficha técnica e planilha de custo, sem ultrapassar determinado limite por porção. No dia do exame, recebe uma bandeja com os ingredientes que escolheu e tem duas horas para elaborar seu prato e apresentá-lo dignamente a uma banca de chefs.

A lista não permitia sair muito do tradicional “mar y montaña” catalão, que é basicamente mesclar ingredientes de mar e de terra num mesmo prato. O mais famoso por aqui, e meu preferido, são as Albóndigas con Sépia. As almôndegas são feitas de uma mescla de carnes de porco e boi, e o molho tem pedaços e tinta de sépia, um parente próximo da lula. Uma delícia!

Pois eu tinha à minha escolha, para duas porções: duas coxas de frango, um rabo de rape (monkey fish), duas codornas e seis camarões médios. Fiquei com as duas codornas e os camarões, e completei com o que a lista dos ingredientes me permitia.

Sabia desde o início que faria uma pasta. Fresca. Quebrei a cabeça por semanas até encontrar o formato final do prato: Raviolis rellenos de codorniz con tomate y gambas.

Sei que parece estranho ao paladar brasileiro. Codorna com camarão? Como assim? Mas eu tinha que arriscar, porque só com duas míseras codornas eu não consegui imaginar duas porções de alguma coisa razoável.

Lembrei que um dos pratos que sempre gostei de fazer para as pessoas queridas eram as Codornas ao Estragão,  de Florinda Bolcan. E eu estava realmente decidida a colocar uma dose de memória afetiva no meu prato final.

Descobri que o estragão também é muito usado com camarões, e resolvi fazer desta erva de sabor forte e adocicado (“anisado”, segundo um dos chefs da banca) o elo entre os dois sabores marcantes – a codorna e o camarão. Um elo com um toque suavizante para ambos.

É claro que eu estava correndo um enorme risco. Mas, fala a verdade, tem graça se não arriscar? Estou aqui para quê, afinal?

Alguns dos meus colegas optaram por combinações mais convencionais, e puderam se concentrar na execução do prato e numa certa desconstrução de itens do receituário espanhol. Era um caminho, mas para mim daria no mesmo, porque o receituário espanhol não é o meu – então, qualquer coisa seria novidade. Resolvi arriscar.

Não cheguei a fazer o prato em casa, a título de treino, antes do exame. Na verdade, fiz partes dele – o que me permitiu ajustar isto e aquilo – mas, por diversas razões, não cheguei à montagem final. Ou seja: a estréia da receita seria uma estréia mesmo! A hora da verdade!

O que me causou um problema, porque antes da prova eu tinha que entregar a receita, a planilha e uma foto do prato – e eu não tinha a foto! Bueno, recorri ao Paint e fiz um desenho infantil sinalizando ao chef o que eu pretendia fazer. Ele topou.

Antes de subir a escadaria da cozinha, paramos num café em frente à escola, eu, Alícia e Paloma. As duas estavam na Coca-Cola, mas meu coração acelerado pedia una copa de cava. Sorvi cada borbuja! No fundo, eu queria me sentir como se estivesse cozinhando em casa, preparando aquela receitinha especial para o meu amor – e nestas horas a gente sempre toma uma tacinha de vinho, né?

Deu certo. Cheguei tranquilinha à cozinha. Vesti o uniforme branquíssimo, preparei a mesa de trabalho, recolhi a bandeja com meus ingredientes e comecei a picar, picar, picar…

Duas horas depois, estava eu suando em bicas quando o chef me avisou: Ana, é a sua vez. Ele já estava a postos para me ajudar no emplatado (o arranjo dos ingredientes no prato de apresentação), como havia feito com todos. Olhei para ele e disse: “Lluis, obrigada, mas eu mesma vou montar o meu prato.” Ele apenas riu e respondeu: “Te conhecendo um pouco, Ana, nem me passaria pela cabeça algo diferente!”

Tentei explicar, mas ele não entendeu, porque ele não sabe o que é I Ching.

Explico. Quando estou mais alterada que o normal, consulto o I Ching para me ajudar a recuperar o foco. E quando fiz isso hoje de manhã, o hexagrama que resultou da consulta tinha um desenho muito similar ao desenho que eu havia imaginado para o prato. Fiz apenas pequenos ajustes para que, ao final, o prato reproduzisse as seis linhas do hexagrama. E estava decididíssima a fazer do meu prato final, mais que uma prova de cozinha, um rito de passagem.

Fiz. Meio capengamente, mas fiz. No final, os raviolis ficaram um pouco grandes para o quadrado do prato. Lluis queria mudar o desenho, cortar as beiradas dos raviolis, mas não deixei. Naquele momento, o prato tinha transcendido, para mim, qualquer fronteira estética: era um símbolo e, como tal, deveria ser preservado em sua essência.

E lá fui eu servir tudo isso à banca de chefs!

– Senhores, este é um Ravioli Recheado de Codornas ao Molho de Camarões e Tomate Fresco. Bon profit!

Eu tinha sido a última a apresentar o prato, um dos mais demorados e trabalhosos da turma. Voltei para a cozinha exausta, molhada de suor, e comecei a recolher a tralha enquanto esperava o veredito.

Dez minutos depois, entra o chef mor para a avaliação. Começa a falar em linhas gerais, sem nomear pratos, sem apontar bem ou mal sucedidos. Mas ele não resistiu a cinco minutos de olhares inquisidores: queríamos saber tudo, claro!

Não sei quanto tempo ele demorou para chegar aos meus raviolis, mas me pareceu uma eternidade.

– Os raviolis são seus, não? – perguntou, apontando para mim.

– Sim, chef.

– Estavam muito bons!

Uahhhhhhh! Foram cinco segundos de respiração suspensa, antes que ele pronunciasse a palavra “mas…”

E no “mas…” fiquei ainda mais feliz, porque todos os ajustes que ele propôs ao prato diziam respeito unicamente à montagem. Um pouco menos de tomate cru, raviolis menores e com maior proporção de recheio em relação à massa, uma porção menor…

Expliquei a ele que o prato havia sido pensado como principal, não como entrada, que é o destino das pastas aqui na Espanha. E perguntei qual era o veredito dele para tudo o mais que não fosse a montagem. Afinal, eu estava – e estou – tateando no universo do “mar y montaña”, e nunca na vida tinha pensado em unir codornas, camarões e estragão.

Sabe que ele gostou? Disse que estava muito bem elaborado, a pasta, o molho, o recheio, a combinação de sabores. Gostou especialmente do sal de codornas que fiz com a pele das bichinhas. Só tinha mesmo restrições à quantidade de pasta e de tomates no prato. E me deu dicas ótimas para uma próxima vez!

Mas o melhor de tudo foi quando ele saiu e meus colegas vieram provar um pedacinho do que havia sobrado – o que fizemos com todos, claro! Ah, este foi o grande momento! Em menos de um minuto não havia nada no prato. O veredito dos meus parceiros foi meu maior prêmio.

Para a alegria ser completa, desci a escadaria e lá estava Pedro, meu doce primo, de plantão na saída da escola, com o maior abraço do mundo à minha espera.

Voltei para casa suada, exausta e feliz, me sentindo a mais menina de todas as meninas, falante e saltitante, como se a vida começasse agora, e não tivesse fim.

A receita? Só tenho em espanhol, serve?

Doñana bebemorando com Pedro depois da prova


* Este post e o diploma de Cozinheira que receberei na próxima semana são especialmente dedicados à Dona Vilma, minha amada e saudosa avó, a quem devo a descoberta do prazer de cozinhar.


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Quando inventei este blog a idéia era simples: escrever, escrever, escrever… e, de quebra, manter por perto os amigos queridos enquanto estou longe. Nunca imaginei que as ondas virtuais pudessem me trazer tantos novos amigos – como mapas do tesouro que estão por aí navegando em garrafas pelos oceanos.

E numa dessas garrafas, movida pelos ventos desde o Atlântico até o Mediterrâneo, aportaram aqui esta manhã Hélio e Mara, do MaraCatu Blog. Ele paraibano, ela carioca, um casal pra lá de simpático – e muito, muito aventureiro.

Fotógrafo e webdesigner, Hélio me encontrou no Blog do Noblat e nos tornamos amigos de Facebook. Roteiro mais virtual impossível. Ao visitar o blog dele, descobri um novo mundo – o mundo dos que vivem num barco e cujas estradas da vida são líquidas e sem fronteiras.

Fiquei espiando de longe, durante meses, as aventuras de Hélio e Mara pelos oceanos. Até que, dia desses, ele me mandou uma mensagem como faria um velho amigo não virtual: “Ana, você ainda está em Barcelona? Estamos chegando aí.”

Deixou um telefone, eu liguei. Marcamos um encontro no Mercado de la Boquería na hora do almoço. “Como eu vou te reconhecer, Hélio? Nunca nos vimos!” Ele: “Estou usando uma camiseta branca de Abrolhos”.

Hélio e Mara no Kiosko Universal, na Boquería, depois de limparmos os pratos

Impossível não reconhecer Hélio e Mara mesmo sem nunca tê-los visto: eles são a imagem da simpatia! Me receberam com um abraço apertado, pedimos logo um pulpo a la gallega e umas verduras a la plancha e engatamos uma conversa de velhos amigos ali no Kiosko Universal.

Me contaram que vivem há anos no barco que eles mesmos construíram, com porto seguro em Angra e todo um mundo por velejar. “É muito mais barato e divertido que morar numa casa!”, diz Mara, lembrando que os dois já se aposentaram e velejam desde a juventude.

Aportaram na costa espanhola depois de uma travessia, no mínimo, emocionante – que Hélio conta em detalhes lá no blog dele – obedecendo os ventos desde Angra até a Catalunha.

Por essas e outras eu acho que foi uma boa idéia ter saído um pouco da terra firme e empreendido essa modesta viagem pelas ondas da web. O mundo é grande demais e tem tesouros demais escondidos, então por que não dar uma chance às garrafinhas que, vira e mexe, querem chegar à nossa praia?

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Fotos Anamaria Rossi

Eu não preciso de muito pretexto para fazer um bolo – mas preciso de gente disposta a me ajudar a acabar com ele.

Hoje pela manhã, antes de sair para aproveitar o que pode ter sido meu último domingo de praia neste verão, me dei conta de que já estava chegando ao fim a curta temporada de Renato e Raphael aqui em casa. Prometi um bolo para a volta. E cumpri.

Acho que eles gostaram. Se não gostaram, eles mentem muito bem!

BOLO DE AIPIM COM COCO DA ANA

Ingredientes:

  • 4 ovos (claras em neve)
  • 2 ½ xícaras de açúcar
  • 4 colheres (sopa) de manteiga
  • 1 xícara de farinha de trigo
  • 2 xícaras de mandioca crua ralada (ralo grosso)
  • 1 pitada de sal
  • ½ vidro pequeno de leite de coco
  • 1 xícara de leite
  • 100 gramas de coco ralado
  • 1 colher (sopa) de pó Royal

Preparo:

  1. Pré-aqueça o forno a 200 graus.
  2. Unte uma assadeira retangular grande (ou 24 forminhas individuais) com manteiga e farinha de trigo.
  3. Misture o leite ao leite de coco e divida em duas partes iguais. Com uma parte, umedeça o coco ralado. Reserve a outra metade.
  4. Bata a manteiga com o açúcar, acrescente as gemas e bata até misturar bem.
  5. Junte a farinha de trigo peneirada com uma pitada de sal e continue misturando com a colher de pau até incorporá-la à massa.
  6. Acrescente o coco umedecido e a mandioca ralada e mescle totalmente.
  7. Dissolva o pó Royal no restante do leite e junte à massa com delicadeza até mesclar completamente.
  8. Por fim, junte as claras em neve muito delicadamente, incorporando-as à massa com uma espátula tipo pão-duro, em movimentos circulares de baixo para cima, de forma a não se desfazerem as bolhinhas de ar. Este é o segredo da leveza do bolo.
  9. Leve imediatamente ao forno, sem abrir a tampa até que a superfície do bolo esteja dourada.
  10. O bolo estará assado quando começar a espalhar aquele cheiro bom pela casa – mas para ter certeza faça o teste do palito, que dispensa explicações.
  11. Deixe esfriar e sirva com aquele cafezinho passado na hora..

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Fotos Anamaria Rossi

Se eu tivesse que dizer em uma palavra como ficou marcada em minha retina a breve passagem por Cadaqués, esta palavra seria LUZ. Desde a brancura das casas ao brilho do sol nas águas do fim da tarde, tudo na cidade onde Salvador Dali viveu (e dizem que ali também enlouqueceu) irradia luminosidade.

Cadaqués é um pueblo pesqueiro quase no fim da Costa Brava, hoje transformado em destino de turistas descolados, que abriga lojinhas e ateliês charmosíssimos, em total sintonia com as ruas estreitas de pedra sobre pedra.

Atração à parte em nossa passagem foi o Fusca descapotable (adoro esta palavra!) preparado para receber os noivos que saíam da igrejinha em frente, lá no alto de uma montanha de pedra.

Mas a grande atração da cidade é a Casa de Dali, transformada em museu, em Portlligat, a poucos quilômetros do centro, “assinada” com os inconfundíveis huevos do artista sobre o telhado.

Chegamos sem tempo hábil para visitar o museu, mas isso não nos impediu de curtir a bela paisagem do fim da tarde.

Mais cedo, poderíamos ter dado uma volta no barco Gala, o amarelo aí de cima, mas nos contentamos em apreciar em terra firme a arquitetura das casas da região, especializada em disfarçar as construções nos paredões de pedra.

Antes de o sol se esconder de todo, subimos a serra cruzando os olivais em direção a Figueres, esta sim a cidade de Dali, onde ele nasceu e para onde voltou com pompa e circunstância.

Escolheu nada menos que um antigo e suntuoso teatro para instalar seu museu (no qual também não entramos desta vez), e instalou no alto das torres uma impressionante coleção de ovos.

Dizem que os relevos que decoram as paredes externas do museu são simpáticos cocozinhos dalinianos. Não consegui checar a informação, mas – por si acaso – Tomás não perdeu a chance de fazer uma palhaçada.

E aqui termina a temporada de verão, com um vento fresco já anunciando que o outono vem aí e me lembrando de que está chegando a hora de voltar ao meu querido Patropi.

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Fotos Anamaria Rossi

Desta vez não tive como escapar de Portbou. Estava bem ali, a 15 minutos de carro de Llançà, na fronteira com a França, e Tomás queria ir àquela praia que tem uma plataforma flutuante bem no meio da água.

Pedro já tinha me avisado que eu ia adorar. E adorei! A começar pelo caminho, uma descoberta a cada curva, um novo horizonte em cada mirante.

Fiquei tão passada que desandei a fotografar e filmar, e quase esqueci que eu só tinha levado a nova Cyber-shot fúcsia (!), com UM cartão e UMA bateria (a Nikon de responsa está temporariamente aposentada, até eu voltar ao Brasil e submeter sua lente a uma bela faxina).

Foto Angélica Padovani

Mas com a Cyber-shot, como sempre, a gente faz qualquer negócio – e nada mais apropriado a uma turnê “mochilinha” que uma “câmerazinha”, não é mesmo?

Depois de uma praiazinha de água gelada, fomos buscar um de-comer ali na Rambla de Cataluña. Foi lá que uma senhorinha muito simpática, ao me ver fotografando, disse:

– É muito bonito, não acha? Você precisa ver no outono. Ano passado teve um vento tão forte que todas as folhas caíram, e o chão ficou coberto por um lindo tapete esverdeado. Eu, que vivo aqui há 73 anos, nunca tinha visto nada igual!

Achamos o de-comer e o de-beber, uma sangria sanguínea, refrescante e deliciosa. Fiquei com pena do Tomás, que teve que se contentar com uma Fanta Laranja…

Na noite anterior, tínhamos visitado Portbou rapidamente, e fomos surpreendidos por gigantescos grafites com figuras femininas espalhados pela cidade. Não consegui saber a que se devem, mas achei o máximo!

Aliás, o máximo é a cidade inteira, desde a vista lá de cima até a estação de trem, sem esquecer, é claro, do azul profundo do céu em noite de poucas luzes.

Pedro tinha razão: Portbou é imperdível!  Ainda bem que deu tempo.

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Chiquinho, Tomás e Angélica em frente ao castelo (por Anamaria Rossi)

A previsão do tempo indicava uma quinta-feira chuvosa em Llançà, então cedemos – sem nenhum sacrifício – ao desejo da Angélica de ir à França. Duas horas de carro e estávamos em Carcassonne, uma cidade medieval totalmente preservada, com muralha e tudo, e lá dentro um castelo com direito a fosso de crocodilos.

A cidade medieval foi transformada num shopping center a céu aberto: não se paga para entrar, mas a quantidade de tentações para deixar ali o saldo do cartão de crédito é incrível!

Fotos Anamaria Rossi

É assim em vários lugares de valor histórico por onde passei nessas andanças: os recursos para a preservação do sítio são obtidos por meio do comércio de seus espaços, de forma ordenada e consciente.

Não me agrada especialmente, mas entre um shopping medieval e não poder visitar Carcassonne, eu saco meu Mastercard.

Cada vez mais sinto que o velho e o novo estão condenados a viver lado a lado, como aquele ponto de intersecção entre as estações, o verão terminando, o outono começando…

E, no fim de cada estrada, longa ou curta, descubro no passado que o futuro está logo ali, é só abrir os olhos e estender a mão.

Foto Chiquinho Amaral

Pues que venga!

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